Esquecer

Chega até mim o chilrear das andorinhas e dos pardais que no beiral do meu telhado e na árvore por baixo da minha janela, reconstroem os ninhos e anunciam a chagada da primavera.


Estendo o olhar através da planície e quase oiço o gemido dos campos e reclamar pela agua que não choveu no Inverno.

E mergulho nos meus pensamentos, que ultimamente reclamam nos porquês de certas existências e nos ses, que nos atropelam a vida e nos marcam o coração com cicatrizes para sempre.

E se pretendes que alguém te oiça um momento, a palavra que ouves mesmo antes de fazer algum desabafo é: Esquece, ou tens que esquecer.
Pergunto-me tantas vezes como isso se faz? Porque eu quero esquecer tanta coisa que me faz doer a alma e o coração.
Quantas vezes ouvem gente dizer, eu esqueci, eu passei a frente e a seguir contam a história que estava esquecida e apagada como se tivesse sido passada no dia anterior sem esquecer nenhum dos pormenores que as fizeram sofrer.
Isso é esquecer?

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