Eu e a saudade

Hoje visitou-me a saudade e fui com ela recordar momentos em lugares que partilhamos juntas por esse tempo tão curto em que vivemos na aldeia Flor da Rosa, mesmo ao lado do Crato.

Começamos pela casa grande, velha, com quase 100 anos, sem tetos onde o Paixão morava sozinho há muitos anos . Sentamo-nos à lareira naquela cozinha gigante onde as tralhas se amontoavam à espera que alguém as arrumasse ou lhes desse alguma utilidade.

A saudade e eu percorremos o imenso corredor até as traseiras, por onde outrora passaram animais e carroças e depois com tempo foi perdendo espaço para caminhar por causa dos eletrodomésticos amontoados vindos duma casa velha onde teria havido uma loja tinha sido encerrada para a realização de obras e reconstruir a casa.  

Rimo-nos da queda, naquele pequeno espaço entre sacos e saquinhos e outros objetos acumulados pelo chão que fizeram meus pés tropeçar e bater com as nádegas no chão, rimo-nos muito, porque eu e a saudade nos lembramos da forma como me levantaste e me pediste desculpa agarrando-me e dançando.

Também fomos as duas até à casa em reconstrução onde as obras haviam parado, por muitas rasões, económicas e principalmente por falta de motivação mas juntos de mãos dadas conseguimos terminar a casa e morar nela até ao dia em que partiste.

Entramos no quarto e ao olhei para a saudade, vi-lhe lagrimas nos olhos, estava a chorar por causa das minhas confidências e dos meus desabafos, porque ela sabia o quanto eu chorei naquela cama sozinha por muito tempo.

Depois passeamos pelas ruas, visitando esse pequeno tempo que vivi a teu lado. Parei diante daquela porta e vi-nos lá dentro os dois de mãos dadas dizendo sim ao compromisso de casamento. Era para a vida, para sempre, até ao fim, sem imaginar que seria tão pouco o tempo.

E assim a saudade eu prometemos ficar juntas e recordar cada momento desse tempo em que tu e eu fomos nós.

 

  

 

Sinto falta

 Primeiro ficamos incrédulos depois dói e a seguir vem aquele sentimento que transforma as más recordações em lembranças menos dolorosas como aconteceu em mim depois desta ultima despedida, ficou uma espécie de vazio e fazes-me falta por não me voltares a ler.

A primeira despedida, foi muito cruel dolorosa, levei muito tempo a aceitar ver-te nos braços de outra mulher e sentir os dentes incertos a mastigar me o coração até mergulhar na pior das depressões e ficar nela durante tantos anos em que apenas sobrevivi.

Víamo-nos muitas vezes, porque partilhamos lugares e eventos, nunca mais nos falamos mas ouvia-te  e podia olhar para ti e mesmo sabendo que era indiferente a dor que atormentava o meu coração , estavas ali perto da minha visão.

Agora já não estás, não estarás mais ao alcance das minhas mensagens e sinto falta, não de ti mas da tua existência. Tudo  morreu ali a mágoa, tristeza, frustração ou outro sentimento menos bom ao despedir-me de ti para deixar apenas um lamento.     

A brisa

Sinto os dedos dormentes e não encontro palavras que digam aquilo que me impele a escrever neste momento, sinto-as a fervilhar cá dentro, atropelam-se as letras até se perderem no pensamento.

E estranhamente aqui estou, em frente ao computador, forçando o teclado a juntar letras que falem do que me aflige e que teimam em perturbar este momento. É como moinhos de vento a erguem-se com as suas velas a rodopiarem ferozmente no vento que sopra violento.

O vento chicoteia-me os sentidos, doendo a vontade do querer, no olhar a promessa, cumprir o desejo e seguir para lá dos moinhos e para lá do vento encontrar o caminho e seguir a diante sem medo até ao vale onde a brisa suava me espera com carinho.

 

Gratidão

  

     Abri a minha janela e ao sentir a brisa fresca  da manhã no meu rosto senti esta gratidão imensa  por este dia maravilhoso que Deus fez e me deu a oportunidade de viver  apesar dos obstáculos a nos  deparamos a cada dia.

    O sol inunda a rua onde moro , onde um gato de delicia fazendo a sua higiene e na arvore um pássaro saracoteia asas por debaixo da minha janela onde eu também me regalo com esta maravilhosa visão .

    O Kiko Maria juntou-se a mim dando-me marradinhas nomeu braço enquanto que no chão  a Dara Maria  se estica tenta chegar ao peitoril da janela  ao mesmo tempo que me cutuca com uma pata para que eu a ajude a subir.

    E é mais um dia que começa , mais um dia que vou somar aos dias que já vivi com um coração cheio de gratidão a Jesus   

Espetáculo Solidário por Sónia Santos



  

Ontem o Cine Teatro de Elvas, encheu-se artistas e publico  celebrando a vida a vida numa ação solidaria, para com a fadista Sónia Santos que atravessa momentos difíceis por causa dum problema na sua  saúde que a tem impossibilitado de trabalhar  no que melhor sabe fazer  e que é o seu sustento de sua casa, que é cantar

 Sónia Santos, os músicos de Elvas cantaram para ti tentando com esse espetáculo ajudar-te com as dificuldades financeiras e dizer-te que estamos aqui.

  Para  alem de seres uma filha da terra , és também um ser humano lindo que todos  amamos admiramos   e um sinto muito orgulho, porque te conheço e fizemos muita estrada juntas a cantar com a nossa mini revista.

Deus envie do céu muita saúde para ti minha querida.








Feliz ano 2024

Por detrás da minha janela espreito as muitas lembranças que o ano deixou na minha memória , feitas por momentos bons e outras bastante dolorosas pela deceção que causaram em meu coração demasiado crédulo .

E neste inicio de ano de 2024 diante da minha janela sinto um misto de tristeza e saudade por tudo o que não consegui alcançar mas acreditando sem desistir que com Jesus no camando da minha vida em em todos os meus amanhãs viverei lindos momentos.

Grata a DEUS por ter vivido mais um ano, grata pelo que aprendi, grata pela luz no final do túnel quando tudo se tornava tenebroso e medonho, grata pela lição que me fez passar de ano.

Feliz ano 2024