Acordei meio estonteada pelo muito que
dormi neste tempo em que me ausentei da janela onde os tantos
acontecimentos se inventaram tantos palcos se montaram e desmontaram
e eu não vi as senas se desenrolarem, não critiquei nem aplaudi
Apática e distante daquele frenesim que
me sobressalta os sonhos aventureiros que me arrastam para lugares
inimagináveis, tão fantásticos e quase tão riais no meu
imaginário , encostei a
cabeça à vidraça e senti um frio
queimar-me a pele e afastei-me, meus dedos experimentaram rascunhos
no vidro embaciado pelo meu hálito, enquanto espreito ao mesmo tempo
que passou para la da minha janela durante a minha ausência .
O dia está cinzento , cheio de nuvens
carregadas de negrura que de vez em quando descarregavam tanta água
transformando a estrada diante da minha janela parecer riacho com
grandes levadas pondo os carros estacionados em perigo.
De vez em quando o céu é rasgado por
um relâmpago seguido de outro que arrasta consigo um rugido
distante enquanto a chuva vai caindo e o vento sopra mais forte . Não
sei quanto tempo fiquei ali olhando aquele quadro de cores cinzentas,
onde tudo se movia