Acordei
e olhei o dia que me espreitava lá na janela onde a brisa noturna
entrara para refrescar a minha noite.
Ainda
era cedo e deixei-me ficar envolvida em pensamentos , fruto de
vivencias do dia a dia, de comportamentos interesseiros que ora
dizem mal até a desonra, ora passam a bajular ao ouvir uma qualquer
promessa. Tal qual como se abana um naco de carne fresca a um cão,
para que ele fique dócil e domável.
Vieram-me
aos ouvidos excertos de algumas passagens, que nesta altura se
transformaram em completas manifestações de adoração e submissão
ao que antes foram criticas despudoradamente maldosas.
Memória
curta ? Dividas de favores passados ? Rabos presos ?
O
que seja, mas que num acenar de mão, mudaram de opinião a favor do
que não se concordava.
Pesadelo
que não tenho, e a minha consciência deixa-me adormecer tranquila
e acordar descansada, mas faz-me pensar, na pobreza de mentalidades
que andam por aí e que a troco de nadas e deixam convencer por
falsas promessas.