Quanto tempo ausente desta janela. Que saudade ao ver-me aqui diante dela, deste parapeito, lugar imaginário, onde espreito o mundo e me perco em lugares que só existem nos meus sonhos.
O Sol delirante,
entrou no meu recanto, veio doido de saudade pelo tempo que estive
ausente e em jeito de caricias aqueceu-me até me deixar relaxada,
para conversar.
Não foi por
esquecimento que me ausentei, nem por falta de tempo para sonhar, mas
porque o meu coração se apaixonou e eu tive que dar-lhe todo o
tempo que ele precisava, pois foi complicada a luta entre mim e eu.
Foi difícil aceitar
que aos 60 anos poderia amar e ser amada , que poderia ser capaz de
fazer e ser tanta coisa que julguei ter perdido , que a vida voltaria
a ter cores iguais às da primavera e que é bom sonhar com o
amanhã.