Vestia-se de negro desde que ficara viúva,na cabeça usava um chapéu preto de abas redondas preso por um lenço da mesma cor,que lhe tapava a fronte.
Os óculos grossos de tartaruga, seguravam umas lentes gordas de aumentar que, quase lhe encobria o rosto franzino, e enrugado, de pele cor de leite que nunca apanhara sol.
Sentava-se naquele banco tosco, feito do tronco da árvore que fora derrubada pelo vento, nalgum inverno distante e mergulhava no seu mundo de histórias e experiências únicas dentro desse universo extraordinário de recordações e fazia-me sonhar...
Seu livro preferido de capas pretas, (Bíblia) gasto de tanto ser desfolhado e seu único amigo e grande confidente, descansava no seu regaço enquanto estendia o olhar até ao infinito ausentando-se constantemente dos nossos diálogos.
Deixou a sua imagem gravada na minha memória para sempre e a saudade no meu coração.