Abrem-se as Cortinas do Palco


Na guitarra os primeiros acordes com a viola a acompanhar uma maravilhosa melodia, quando de repente uma voz vindo de algum lugar anunciava  que um Mercedes preto estava a arder.
De repente ficamos sem saber se, o anúncio fazia parte do espetáculo ou se era mesmo a sério e o carro de alguém ali presente estava mesmo a arder, quando quase movido por uma mola o guitarrista salta da cadeira e corre para fora do palco seguido pela viola.
Nós ficamos ali sentados estupefactos, interrogativos e pasmados com os olhos cravados na cara uns dos outros, com a plateia na nossa frente repleta de gente com as mesmas perguntas nos olhos.
O apresentador anuncia o incidente.
Alguém tinha incendiado desperdícios debaixo dum carro, que por coincidência, era do guitarrista , pediu desculpa ao público e pelos motivos que estavam a vista e que por isso ia-mos para intervalo, nesse  momento  ouviu-se a sirene dos bombeiros no auditório do Centro Cultural, fazendo-nos sentir que o caso era grave.

Uns saíram do palco e foram ver, outros ficaram ali sentados incrédulos e ao mesmo tempo especulando sobre o caso insólito, surreal dessa noite de espetáculo que ia permitir que fosse possível a realização dum outro evento a favor dos dadores de sangue do Hospital de Elvas “ULSNA”.

Que sentimento tão maldoso e sujo moveu esse coração que fez tamanha atrocidade?
Esperamos que as autoridades descubram o criminoso e que seja feita justiça de verdade para que  atos como este não tenham protagonismo numa noite  de solidariedade para com uma causa  de todos para todos, como o serviço de sangue e os seus dadores.

Mais um fim de semana que terminou

Abri os olhos quando o sol entrou pela janela do meu quarto, e veio espreguiçar-se sobre a minha cama ali mesmo a meu lado onde a kika estava deitada e acariciou o seu pelo farto.

Lá fora o vento fazia baloiçar os arbustos e as árvores dos jardins do lugar onde moro, meus olhos foram poisar no relógio despertador que estava sobre a mesinha de cabeceira que nesse instante também começou a tocar avisando que já eram 8 horas.

Nesse instante o sol que entrava pela minha janela, escondeu-se como que envergonhado por detrás duma nuvem negra e espessa de água que num instante se precipitou e transbordou no chão da minha rua fazendo-a parecer um riacho.

Fiquei ali diante da janela, por detrás da vidraça, ainda sonhando por entre essas imagens, durante algum tempo ate despertar completamente.

Do outro lado da rua defronte da minha janela os pombos arrolhavam, encolhidos tentado proteger-se da bátega de água que caía sobre eles e senti pena daqueles animais, que fazem tanto estragos nos telhados dos meus vizinhos enquanto a minha gata kika se espreguiçava  ronronando ali ao meu lado no parapeito da janela.

Olhei de novo para o relógio e afastei-me da janela e voltei a realidade.

Porque hoje é segunda-feira.