A brisa

Sinto os dedos dormentes e não encontro palavras que digam aquilo que me impele a escrever neste momento, sinto-as a fervilhar cá dentro, atropelam-se as letras até se perderem no pensamento.

E estranhamente aqui estou, em frente ao computador, forçando o teclado a juntar letras que falem do que me aflige e que teimam em perturbar este momento. É como moinhos de vento a erguem-se com as suas velas a rodopiarem ferozmente no vento que sopra violento.

O vento chicoteia-me os sentidos, doendo a vontade do querer, no olhar a promessa, cumprir o desejo e seguir para lá dos moinhos e para lá do vento encontrar o caminho e seguir a diante sem medo até ao vale onde a brisa suava me espera com carinho.