EU

 Debruço-me no parapeito da minha janela e olho o céu pintalgado de pontinhos cintilantes e   mergulho na existência do que sou , deixo -me perder por ai ,até onde as palavras me transportam em sonhos fantásticos  de aventuras e invento histórias lindas de viver.

Caminho por entre aquelas lembranças que me fizeram rir ou me fizeram chorar e escolho fazer dos momentos mais tristes uma história feliz e desenhar a vida com as cores daquele arco iris que abraçou um dia tão intenso, que foi tão meu e tão nosso.

E como se ganhasse asas esvoaço por entre as nuvens negras que se estendem ao longo da vida , rasgando o tempo com o sorriso que plantaste dentro de mim para vibrar em cada palavra com que tisco neste quadro,  pincelando-o de cores garridas e brilhantes ate esquecer de mim.

Regresso  há minha  janela e deixo-me adormecer sem ti

Solidão

 Há quanto tempo não escrevo na minha janela, não me debruço para la do tempo onde o meu Imaginário fazia a minha realidade mais leve e florida.

Não que me tenha perdido, mas a vida levou-me para atalhos onde me tenho  emaranhado e distanciado das vidraças da janela onde tantas vezes espreitei a vida  florescendo  ao meu redor, recuperando da grande tempestade que quase me derrubou.

O amor voltou a rondar-me , insistente ,criativo, puro e verdadeiro e o meu coração rendeu-se, ao encanto dessa tão doce sensação de ser amada .

Tanto ficou por dizer, por fazer , porque foi tão rápido , foi  tão intenso tão verdadeiro e puro nessa vida a dois que ao olhar o reflexo desse amor no meu coração  e só vejo a saudade abraçando uma enorme solidão.