Insonia

Não consigo encontrar o meu sono no meio de tanto pensamento a, atropelar a minha noite e armando confusão na minha mente.

Espreitei pela janela do meu quarto por entre a vidraça onde escorriam algumas gotas de água por causa da humidade quente que paira no ar.

Ouvi a chaga do carro da recolha do lixo a dizer que já é tarde.

Volltei a deitar-me, mas o sono não veio comigo, por isso vim conversar com o papel virtual do computador. Não tem sido fácil, 2019 e 2020, anos de muitas provas e só faltam três meses para o Natal.

Anos de perdas e confinamentos , mais esta espera, que me cansa e atormenta..

Vou à procura do sono que teima em fugir de mim




PORTO COVO

A maresia, fresca, humedeceu-me o rosto enquanto os meus pensamentos fluiam entrecortados pelo som estridente duma gaivota voando rasando sobre a minha cabeça. Avancei mais um pouco seguindo a minha cadela, Dara, no seu passeio matinal e imaginei as ondas lá em baixo , pois com o nevoeiro extenso eu só podia ouvir o som da água batendo contra as rochas e espreguiçar-se na areia. Foi maravilhoso e enebriante sentir o cheiro da maresia e as baforadas de vento envolvendo o meu rosto.

As gaivotas passeavam-se pelos jardins à beira mar, sem se importar comigo ou com a cadela e outras esvoaçam sobre os telhados emitindo sons, que pareciam perús zangados.
Nesse lugar, respirava-se sossego, uma paz tão pura, verdadeira e cristalina na sua mais profunda essência.
Entre pensamentos e com a saudade andei por entre o casario até regressar ao lugar onde pernoitei. O sol ainda não havia nascido e voltei a deitar-me até que fossem horas de acordar..